quarta-feira, dezembro 13, 2006

13 De Dezembro, apenas mais um dia....

13 De Dezembro de 1545, tem inicio o concílio de Trento. Uma igreja católica rendida à santa corrupção e amedrontada pela redução nas peregrinações de dinheiro em direcção ao Vaticano, decide convocar o 19º concílio da hipocrisia, as perguntas eram claras. Qual a razão da redução de fieis? Qual a razão da proliferação de novas formas de cristianismo? No entanto apesar das respostas serem simples, foram necessários 18anos para que o Vaticano tomasse as decisões erradas!
Não percebendo que o problema era o mau uso do dinheiro dos fieis, e a venda da “salvação” o concilio decreta uma guerra as novas crenças, estão dados os passos que formaram a inquisição…”felizmente agora tudo é diferente

13 De Dezembro de 1944 voando a favor do vento das trevas um kamikase atinge um navio cruzeiro, morrem 138 almas do sacrifício, mais uma mancha no planeta das ilusões…”felizmente agora tudo é diferente”

13 De Dezembro de 1958, as sempre “justas” nações unidas negam a independência à Argélia sobre o domínio francês. Os protectores da liberdade permitem então, a continuação por mais quatro anos de uma guerra que chacinou milhares de argelinos que, apenas desejavam mandar na sua terra e de jovens franceses que não percebiam para que aquela guerra. “Felizmente agora tudo é diferente”

13 De Dezembro de 1996, é assinado o pacto de estabilidade da união europeia. Imediatamente se levantam vozes de discórdia, já que era notório que isso poria em risco a economia dos países menos poderosos da união, fala-se de possível escalada do défice em Portugal “felizmente agora tudo é diferente”

13 De Dezembro de 2003, após meses de procura o exército americano encontra Saddam Hussein. Este facto é visto como uma injecção de esperança (como detesto a esperança, faz-nos esperar que algo aconteça e não lutar para isso) num pais fustigado por guerras, tortura e genocídios.” Felizmente agora tudo é diferente”

Felizmente agora tudo é diferente? Será mesmo? Ou essa ideia não passa de mais uma violação hipócrita das nossas almas, que toda esta máquina manipuladora fabrica eficazmente, para que todos continuem de “almas despidas”de verdade?
Estamos a 13 de Dezembro de 2006, nos últimos anos o Vaticano gastou, e só dando dois exemplos, 5milhões de euros nas vestes fúnebres de João Paulo II e 300 milhões de euros no restauro de um monumento com 20metros quadrados junto à capela cistina, será isto gastar bem o dinheiro num mundo onde morrem milhões e milhões de pessoas à fome? O Papa Bento XVI refere que “os seguidores de Maomé apenas se regem pela lei da espada” será isto um acto de reconciliação com as outras religiões?
Constantemente somos acordados pela notícia de mais um atentado suicida no médio oriente, que termina com a vida de inúmeros civis, então porque vemos os Kamikase como algo do passado?
Muito perto da Argélia, mas propriamente no Sahara ocidental uma guerra continua a ceifar vidas, na luta pela independência desta região. E tudo porque há dois anos a ONU negou tal direito em mais uma decisão plena de racionalismo. Mas nada disto é falado!
E o défice? Bem penso que os vossos bolsos vazios fazem com que não seja necessário exprimir nestes versículos que, as vozes da discórdia eram também as vozes da verdade.
Finalmente o Iraque, a sina das dezenas de anos de regime de Saddam, parece não ter terminado. Todos os dias se esfumam os sonhos de dezenas de vidas vítimas das guerrilhas, prisioneiros são torturados pelas forças da “libertação”, e o governo eleito ainda não revogou nenhuma lei das que foram descarnadamente impingidas durante o regime de Saddam!
Toda esta realidade que é revelada por este caracteres de inconformismo, faz-me reflectir que algo de muito errado se passa com este mundo, espero que também o faça a quem lê, pois pensem, eu apenas falei de um dia…

Demónio

sábado, dezembro 09, 2006

Brilhemos!



Brilhemos. Cantemos. Rezemos. Compremos. É natal!

É natal, contam-me os cantos e entrecantos das ruas com as suas músicas festivas de coros infantis despreocupados. É natal, contam-me as montras vistosas à luz que reluz as bolas de
mil cores e tons. Vermelhas.

Mas... natal? Pinguins de uniforme bicolor tornam o preto da sua gravata por um tom vermelho... a cor do sangue e raiva que raia a felicidade deste época!

Sim, sim, sim... Viva o catolicismo! Todos a comprar prendas uns aos outros em honra de um menino que nasceu de uma mãe desvirginada por um qualquer deus! E... onde estão os
milhares de presentes comprados em honra de um menino que nasceu de uma mãe desvirginada, sozinha, agonizada entre os gritos de um parto que a rompeu numa viela suja, iluminada aos
brilhos reflectidos dos fluidos residuais? Vermelho como a cor do sangue que acabou de perder, da hemorragia da natividade da sua nova alma que morrerá sem direito a provar que
sequer tinha uma alma! Montemos o presente como qualquer refugiado, independentemente da sua religião, em sua honra, compraremos! Jesus já morreu há muito. Terá sido um bom homem,
mas o ódio que me semeou na especulação da sua imagem faz-me odiar a sua existência. Ele marcou o tempo, terá marcado, logicamente, os genocídios múltipos de guerras múltiplas por
valores de religião dúbia dado que se um deus existir, terá de ser uma criatura tão sádica e mórbida que se ejacule a cada tiro, a cada lagrima, a cada corpo frio deitado, inerte,
à face da tortura que re-brilha na pele do indivíduo, como qual bola de natal rebrilha, ao sorriso puro de quem oferece uma prenda por prazer independentemente da época.

Não dêm graças, sorriam por serem que são, mas não se esqueçam de chorar todos os dias. Fica-vos tão bem esse sal aquificado nos vossos rostos quando lacrimejam revolta justificada...

Ofereçam o vosso amor mas não poupem na ira, se balançarem o sangue serão capazes de erguer um grito de revolta à clausura transparente que vos fomenta a sede de capitalismo, a
sede de massificação, a sede eterna de se manterem inactivos à luz da vossa estúpida resignação enquanto esperam não ser afectados pela desgraça.

Se rezam por isso, se a vossa liberdade se incumbir de se resignar a sua existência, eu espero que vos seja cravejada a morte no peito pelo sentido de humanidade que vos falta.

Que haja natal!


Ultim-acto